sábado, 19 de dezembro de 2009

“Seja a mudança que você quer ver no mundo”

Essa frase, já bastante conhecida, é atribuída a Mahatma Gandhi e traz uma interessante filosofia de vida embutida nela. Com base nela eu pergunto: você tem agido da maneira que gostaria que as pessoas agissem com você ou em sociedade?

Pra começar, temos que reconhecer que a idéia incluída nessa sentença não é lá tão original. Paulo, escrevendo aos Romanos diz: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual {seja} a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2). O apóstolo, divinamente inspirado, já nos dá a dica de como devemos viver nossas vidas.

A palavra conformar pode ser entendida com, ao menos, dois significados. O contrário de inconformar, Paulo estaria nos advertido a ficarmos indignados com o mundo e com o padrão de vida do mundo. Porém, acredito que muito mais do que isso, Paulo nos adverte a não tomar a forma, não nos acomodarmos a este padrão.

Se queremos mudanças, não podemos esperar que elas venham dos outros, temos que agir para que elas saiam de nós mesmos. Mas como? Pela renovação do nosso entendimento. Temos que estudar, temos que aprender, temos que ouvir a opinião dos outros, temos que acumular bagagem para entendermos as coisas de maneira diferente. Nossas atitudes estão diretamente ligadas a como entendemos (enxergamos) cada situação.

Porém, essa busca por entendimento não é sem rumo, por último, Paulo nos adverte que fazemos tudo isso para experimentar a perfeita vontade de Deus em nossas vidas. Nossas atitudes, nossas buscas, devem ser sempre voltadas para a direção de Deus. Não quero com isso dizer que todo o seu estudo, todas as suas leituras, todas as suas conversas e reflexões devem ter cunho teológico. Mas afirmo que tudo o que você aprende deve te levar para mais próximo do Criador.

Para ser a mudança que você quer ver no mundo, comece sendo a mudança que você quer ver em você mesmo, estenda para a mudança que você quer ver na sua família, amplie para o seu trabalho, sua cidade e assim sucessivamente.

Não haja como se suas atitudes não tivessem conseqüência, afinal a Bíblia também nos ensina que “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7b).

Não tome a forma daquilo que você não quer que o mundo seja.

Saudações,

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Se você tivesse dois minutos para conversar com o Papa, o que você diria para ele?

Eu nunca tinha me perguntado isso antes.

Eu diria, "O senhor poderia, em um minuto, explicar seu ponto de vista da justificação?" E então, baseado nesse um minuto, eu daria o meu ponto de vista da justificação.

Eu penso que Roma e o Protestantismo ainda não estão prontos. Eu não acredito que a Reforma esteja terminada. Eu não vejo que mudanças suficientes tenha acontecido no entendimento romano da justificação e de um monte de outras coisas.

Eu só escolhi justificação porque está muito próximo do centro. Você poderia escolher autoridade papal ou a natureza da massa ou o papel dos sacramentos ou o lugar de Maria.

Mas essas coisas podem parecer mais secundárias do que ir direto ao cerne da questão, "Você ensina que devemos confiar inteiramente na justiça de Cristo imputada a nós pela fé como o fundamento de Deus, sendo 100% para nós, depois disso por que é necessário vir a santificação? Você ensina isso?"

E se ele dissesse, "Não, nós não ensinamos isso," então eu diria, "Eu acho que bem no centro a teologia católica romana é uma heresia," ou alguma coisa desse tipo.

By John Piper. © Desiring God. Website: desiringGod.org

Traduzi essa pequena entrevista do Pr. John Piper. Você já tinha pensado nisso? O que você perguntaria?

Saudações,

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tempo de Deus

Em alguns momentos, temos a impressão de que Deus está muito distante como se estivesse indiferente ás nossas necessidades, sem pressa alguma em nos atender. Surge, a partir daí, uma tensão, entre a nossa pressa e a aparente demora de Deus. O resultado, não raro, é a sensação de abandono, de agonia e de impotência total.
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Há três reflexões que precisamos fazer nessas ocasiões. A primeira, Deus não tem pressa! O agir de Deus como Senhor do tempo, da vida e da história é na exata medida de sua precisão. Ele é perfeito em tudo que faz. A pressa é própria do homem. Nossas neuroses não combinam com a paciência de Deus, sendo sempre bom lembrar que a nossa pressa não altera a ordem natural das coisas. O fluxo da vida é como o leito de um rio, que corre sozinho, sem pressa que ninguém precise apressá-lo.
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Em segundo lugar, a aparente demora de Deus deve ser entendida por nós como um tempo pedagógico. Enquanto esperamos, Ele nos está ensinando algo. Muitas vezes, é na expectativa da espera que encontramos tempo para um mergulho em nossa interioridade, mudamos nossas percepções, refletimos sobre nossos valores, sentimentos e prioridades. Esperar origina uma forma de aprender. Quando esperamos por Deus, estamos aprendendo com ELE.
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Uma terceira reflexão que deparamos no espaço do tempo entre a procura e a resposta, é que na vida nada melhor que um dia após o outro. O tempo sempre nos traz á luz aquilo que não conseguimos enxergar de imediato, porque a pressa encobre nossa visão. Consequentemente, a paciência produz a experiência, e a experiência nos conduz á esperança. Quem quiser colher frutos no futuro, precisa aprender a plantar esperança e paciência. Logo, por que apressar o rio se ele corre sozinho e naturalmente?
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A cultura do imediato, das respostas prontas, da comida rápida e das demais neuroses que a sociedade moderna nos impõe, acaba roubando de nós a paciência, uma das virtudes mais indispensáveis para quem quer viver uma vida melhor, e colher os frutos de um amanhã salutar.
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A vida desenvolve uma contínua construção, sempre inacabada, que exige repensar valores, vivenciar novos sentimentos, aprender novas lições, conquistar novos espaços e vislumbrar novos horizontes. A vida é pedagogia pura. Ela é um aprendizado forjado nas lições do cotidiano.
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Deixemos pois, que cada dia dê conta de si mesmo, e que despeje suas águas turvas, cheias de mazelas e tensões, sempre ao pôr do sol. Tenhamos sempre em mente que Deus está no controle de tudo inclusive do tempo. Porque, então apressar o rio? Siga o conselho de Jesus, o Mestre da vida:

"NÃO ANDEIS ANSIOSOS PELO AMANHÃ; BASTA CADA DIA O SEU PRÓPRIO MAL".
Deus não tem pressa! Nós é que não sabemos viver.
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*** Texto recebido por email, sem autoria destacada. Caso seja o autor, os créditos serão dados.***

sábado, 14 de novembro de 2009

Faça diferença!

Conforme prometido algumas semanas atrás, quero comentar alguns trechos da letra de uma música que postei e, através dela, nos desafiar a termos algumas atitudes diferentes.

“Que adianta apontar o caminho e seguir outra direção? Quando o mundo tenta nos enxergar, será que vê o que realmente somos?”

O que você vive tem demonstrado o que você é? É atribuída a São Francisco de Assis a autoria da seguinte frase: “evangelize sempre e, se for necessário, use palavras”. Quando as pessoas olham pra você eles conseguem identificar o que você diz acreditar? Tiago nos adverte em 1.22 que se não formos praticantes da palavra, estaremos nos enganando.

“Pra fazer diferença, não basta ser diferente. De que modo eu mudo a história, com discurso ou com ação?”

Muitas vezes, nós cristão achamos que devemos nos afastar de tudo o que não é “sacro”. Nos colocamos em posição de destaque do restante da sociedade, pois estamos “andando com Cristo”. Mas não é bem isso que a Bíblia nos ensina, temos que mostrar diferença, fazendo a diferença. Ao longo da história tivemos cristãos, que agindo segundo os ensinamentos de Cristo, fizeram diferença na história. No século XIX a pressão cristã na Inglaterra iniciou o fim do tráfico de escravos. Assim como esse, poderíamos citar diversos outros exemplos, talvez em menor escala, de como a igreja e o cristão podem ser relevantes e fazer diferença na sociedade, simplesmente agindo conforme princípios cristãos.

“Pra falar do amor, tenho que aprender a repartir o pão. Chorar com os que choram, me alegrar com os que cantam. Ninguém vai me ouvir sem amor.”

Aqui vemos uma clara referência a Romanos 12.15 (Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram), mas não é só isso. Temos, também, uma continuidade do que vimos acima. Para ser relevante, tem que agir, tem que estar junto, tem que servir. Em Mateus 25.31-40 Jesus Cristo trata especificamente desta atitude e nos ensina claramente que ajudar alguém que está com uma necessidade, é servir o próprio Cristo. Se não for acompanhado de atitudes, certamente seu discurso será vão.

Meu desafio para cada um de nós com este texto é que andemos no caminho e chamemos os outros para andar conosco através, principalmente, de nossas atitudes. Que a gente pare de mostrar pra que lado é o caminho certo, enquanto continuamos parados ou andando no caminho oposto. Cada um pode fazer uma pequena diferença, mas muita gente fazendo pequena diferença, se torna uma grande diferença.

Fiquem com Deus!

Saudações,

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Jejum, uma prática a ser resgatada

Antes de conversarmos um pouco sobre a música que postei, queria deixar esses ensinamentos sobre o jejum que recebi por email do meu amigo Marcão Nascimento. Não cito o autor, pois não tinha no email. Se alguém puder contribuir com essa informação, será bacana. Se o autor quiser, retirarei do ar, pois não obtive autorização.

"O jejum é bíblico. Está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os profetas, os apóstolos, o próprio Jesus, bem como muitos servos de Deus do passado como Agostinho, Lutero, Calvino, John Knox, John Wesley, Dwight Moody e outros mais através da história praticaram o jejum. Ainda hoje, o jejum é uma prática devocional importante que não pode ser esquecida pela igreja.

John Piper definiu jejum como fome de Deus e não apenas pelas bênçãos de Deus. O jejum cristão nasce exatamente da saudade de Deus. O jejum é um teste para conhecermos qual é o desejo que nos controla. Mais do que qualquer outra disciplina, o jejum revela as coisas que nos controlam. Firmado nessa compreensão Martyn Lloyd-Jones diz que o jejum não pode ser entendido apenas como uma abstinência de alimentos, mas deve também incluir abstinência de qualquer coisa que é legítima em si mesma por amor de algum propósito espiritual.

Na verdade, devemos comer e jejuar para a glória de Deus (1Co 10.31). Quando nós comemos, saboreamos o emblema do nosso alimento celestial, o Pão da Vida. E quando jejuamos, dizemos, “eu amo a realidade acima do emblema”. O alimento é bom, mas Deus é melhor (Mt 4.4). Na verdade quanto mais profundamente andamos com Cristo, mais famintos nós nos tornamos dele, mais saudade temos dele, mais desejamos da plenitude de Deus em nossa vida.

Nós vivemos numa geração cujo deus é o estômago (Fp 3.19). Muitas pessoas deleitam-se apenas nas bênçãos de Deus e não no Deus das bênçãos. Quem jejua tem mais pressa de desfrutar da intimidade com Deus do que alimentar-se. Quem jejua tem mais fome do Pão do Céu do que do pão da terra. Quem jejua tem mais saudade do Pai do que das suas bênçãos. Quem jejua está mais confiado no poder que vem do céu do que nos recursos que procedem da terra.

O propósito do jejum não é obter o favor de Deus ou mudar sua vontade (Is 58.1-12). Também não é para impressionar os outros com uma espiritualidade farisaica (Mc 6.16-18). Nem é proclamar a nossa espiritualidade diante dos homens. O jejum deve ser uma demonstração do nosso amor a Deus. Jejuar para ser admirado pelos homens é uma motivação errada. Jejum é fome de Deus e não de aplausos humanos (Lc 18.12). O jejum é para nos humilharmos diante de Deus (Dn 10-12), para suplicarmos sua ajuda (2Cr 20.3; Et 4.16) e para nos retornarmos para ele de todo o nosso coração (Jl 2.12,13). O jejum para reconhecermos nossa total dependência da proteção divina (Ed 8.21-23). O jejum é um instrumento para fortalecer-nos com o poder divino em face dos ataques do inferno (Mc 9.28,29).

Deus tem realizado grandes intervenções na história através da oração e do jejum do seu povo. Quando deu a lei para o seu povo, Moisés dedicou quarenta dias à oração e ao jejum no Monte Sinai. Deus libertou Josafá das mãos dos seus inimigos quando ele e seu povo se humilharam em oração e jejum (2Cr 20.3,4,14,15,20,21).

Deus libertou o seu povo da morte através da oração e jejum da rainha Ester e do povo judeu (Et 4.16). Deus usou Neemias para restaurar Jerusalém quando este orou e jejuou (Ne 1.4). Deus usou Paulo e Barnabé para plantar igrejas no Império Romano quando eles devotaram-se à oração e ao jejum (At 13.1-4). Os grandes reavivamentos na história da igreja foram respostas de oração e jejum. As campanhas evangelísticas com resultados mais promissores são regadas pela oração da igreja e o jejum dos fiéis. Aqueles que mais conhecem a intimidade de Deus e mais se deleitam nele são aqueles que praticam o jejum com certa regularidade.

Hoje temos muitos motivos que deveriam nos levar a jejuar. Precisamos urgentemente da intervenção de Deus em nossa vida, em nossa família, em nossa igreja, em nosso país. Que Deus nos desperte para orar e jejuar!

Que Deus nos leve a uma vida de quebrantamento e santidade! Que Deus sacie a nossa alma nos ricos banquetes da sua graça!"

Saudações,

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Que na Verdade Somos

Não há mais segredos pra esconder
Por que complicar a verdade?
Que adianta apontar o caminho
E seguir outra direção?
Quando o mundo tenta nos enxergar,
Será que vê o que realmente somos?

Pra falar do amor
Tenho que aprender a repartir o pão
Chorar com os que choram
Me alegrar com os que cantam
Senão ninguém vai me ouvir...

Se a verdade é tão simples, onde erramos?
Ou o que deixamos de fazer?
Se não há mais segredos,
Por que complicamos?
Poucos entendem a verdade!
Pra fazer diferença não basta ser diferente
De que modo eu mudo a história?
Com discurso ou com ação?

Pra falar do amor,
tenho que aprender a repartir o pão
Chorar com os que choram
Me alegrar com os que cantam
Ninguém vai me ouvir sem amor...

O que na verdade somos?
O que você vê quando me vê?
Se o mundo ainda é mau
O culpado está diante do espelho!

O que na verdade somos?
O que você vê quando me vê?
Pra que serve a luz que não acende?
Não ilumina a escuridão

Essa música é da banda Fruto Sagrado (http://www.frutosagrado.org/) e queria que vocês que me acompanham pensassem sobre ela antes do meu próximo post. Quero pensar com vocês em algumas coisas abordadas nessa canção.

Segue aqui o link para quem não conhece a música http://www.youtube.com/watch?v=sO-kukd_Wbs

Sei que falhei duas semanas com postagens aqui, mas vou tentar me redimir postando um pouco mais nas próximas semanas.

Fiquem com Deus!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Voluntariado e a Igreja Atual

Numa sociedade em que o voluntariado é bastante valorizado, principalmente nas altas esferas da sociedade, como uma maneira de se “redimir” por suas culpas, por seus erros. Dentro das igrejas, percebemos o caminho inverso.

Enquanto, no mundo dito secular, os próprios cristãos correm, se esforçam e procuram estar sempre à disposição. Dentro das igrejas vemos pessoas acomodadas, que querem assistir a lindos cultos-show. Onde devem se apresentar os melhores músicos, deve pregar o melhor orador, os bancos devem ser confortáveis, a temperatura agradável. Do contrário, haja reclamação e insatisfação.

Nesse contexto, me deparo com o seguinte texto:

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2.15)

Se dividirmos este texto em quatro partes, teremos:

1. Procura apresentar-te

Deus pode ter uma obra pra realizar através da sua vida e que não está fazendo simplesmente porque você não se apresentou, não se dispôs. Para ser usado por Deus, o primeiro passo é se mexer, ser voluntário, estar disponível.
Apresente-se e será usado.

2. A Deus

O ato de apresentar-se não é vago, Paulo deixa claro a quem devemos nos apresentar, devemos nos apresentar a Deus. Quando nos apresentamos a Deus não temos vergonha de exercer funções que estão “abaixo” de nossa posição (social, intelectual, profissional, etc.). Quando nos apresentamos para servir a Deus, tudo é digno.

Ao contrário, também não temos medo de assumir funções que possam estar acima do que nos entendemos capacitados, pois é Deus quem nos capacita quando nos apresentamos a Ele.

3. Aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar

Deus nos capacita, Deus vê o nosso coração e nossas intenções, mas ele não quer nada pra Ele de qualquer jeito. Para servir a Deus você deve buscar santificação diariamente.

Sempre, qualquer pessoa, em qualquer situação, poderá ser acusada de alguma coisa errada que fez, porque realmente comete erros, todos cometem. Deus não espera perfeição, ele espera dedicação. Não ter do que se envergonhar está relacionado a buscar um caráter reto e não a não cometer erros.

A palavra aprovado está relacionado ao serviço do Senhor (Rm 14.18), a humildade (2 Cor 10.18) e com perseverança (Tg 1.12).

4. Que maneja bem a palavra da verdade.

A palavra de Deus sempre deve ser nossa referência. Deus capacita pessoas para pastores, para mestres, conselheiros que podem nos orientar. Mas, Deus capacita a cada um para aprender.

Se não manejarmos com eficiência a palavra da verdade, dificilmente trabalharemos em busca de um processo de santificação, porque nem teremos parâmetros para tal, com isso já cai por terra o aprovado.

Se não manejarmos com eficiência a palavra da verdade, estaremos sujeitos a nos inclinarmos a qualquer doutrina falsa que nos afastará da vontade de Deus.

Em Romanos 16.10 Paulo diz: Saudai Apeles, aprovado em Cristo. Não temos outras informações sobre Apeles, mas para ter sido aprovado, certamente ele se apresentou a Deus como um obreiro que não tinha do que se envergonhar e que manejava bem a palavra da verdade.

Existem muitas pessoas que manejam com maestria a palavra da verdade, mas não tem procurado santificação. Não estão em busca de aprovação. Ou, se não tem do que se envergonhar, não tem se apresentado para o serviço.

Ou ainda, se tem se apresentado para o serviço, é para o serviço da igreja, do pastor, de homens, do chefe e não de Deus.

O que precisamos é nos apresentar aprovados a Deus!

Com esse pensamento, nossa visão sobre voluntariado dentro e fora da igreja será totalmente diferente. Vamos nos apresentar a Deus, nos capacitar para o que Ele tiver preparado para nós e assim não teremos do que nos envergonhar diante do único que pode nos reprovar ou aprovar eternamente.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Princípios

Hoje posto aqui pra vocês o texto de um amigo que gosto muito (tanto o texto quanto o amigo). Espero que sejam edificados por ele como eu fui. Também fica o link do blog do José B. Silva Júnior, seminarista da FTBC e homem de Deus: http://reflexosteologicos.blogspot.com/

"-Senhor... põe o carro desse lado... , aí os guardas vão multar!

Foi assim que Wilson... um jovem aparentando uns 28 anos de idade me abordou enquanto eu procurava uma vaga de estacionamento ao lado da rodoviária de Santos, no litoral Paulista. Passava um pouco da 23:00 hs e eu aguardava irmã e sobrinha que chegariam de Campinas para o fim de semana na praia.

Wilson estava vestido com bermuda, camiseta e uma sandália de borracha (aquela da propaganda)... Sua aparência era a de quem não estava ali há pouco tempo, olhar cansado, cabelos despenteados, pés castigados pelo contato com o asfalto poluído... Sua tarefa era, como a de muitos outros com quem cruzamos nos grandes centros; a de “guardar” os carros estacionados ao redor da rodoviária.

Assim que consegui minha vaga, Wilson veio em minha direção:
- Senhor, não precisa me pagar nada. Estou aqui para servir as pessoas. Pode entrar lá e esperar seu parente, tranqüilo. Se depois quiser me ajudar, como alguns fazem, fica á vontade, mas não quero que tenha isso como uma obrigação. Vou cuidar de seu carro de qualquer jeito.

Achei interessante sua abordagem, pareceu-me num primeiro momento que ele estava utilizando técnicas de marketing pessoal para promover seu negócio. Pensei comigo mesmo: A globalização na competição de mercado está transformando os flanelinhas em especialistas na área de “Car Park Business”. Após essa minha rápida reflexão, fiquei ali mesmo na calçada parado durante algum tempo, observando o trabalho do Wilson. Ele frenéticamente andava de um lado para outro das ruas, e sempre com uma amistosidade peculiar, abordava as pessoas com um sorriso no rosto, e em algumas das abordagens que pude ouvir o final era quase sempre o mesmo...: “fique tranquilo senhor... seu carro estará do mesmo jeito que deixou quando voltar”.

Como ele percebeu que fiquei o observando, entre um e outro “atendimento” vinha sempre em minha direção e como o embarque do ônibus que esperava estava previsto somente para ás 00:20 Hs, houve tempo de trocarmos algumas palavras.

- Olha lá...tá vindo mais um... A gente percebe que as pessoas ficam meio com medo quando me vêem. Acho normal... tanta coisa que a gente vê por aí, é natural que todo mundo fique com o pé atrás, por isso que procuro sempre conversar e explicar que estou aqui prá ajudar... Outro dia, veio uma mulher e pediu pra eu estacionar o carro pra ela.., estranhei, mas como estou aqui pra ajudar, fui lá e estacionei.., quando sentei no banco do motorista, olhei do lado e tinha carteira, óculos de sol, celular, bolsa..., Assim que desci falei pra ela não fazer mais isso, pois dependendo da pessoa levava as coisas dela embora com carro e tudo. Ela disse que já tinha vindo aqui outro dia com o marido e me viu falar com ele, por isso não teve dúvidas em me pedir ajuda... Então...minha intenção aqui é essa mesmo, de poder ser útil...ajudar as pessoas. É claro que preciso do dinheiro, tenho minha esposa que está grávida e uma filha, e tem também uma senhora que mora do lado de casa que não tem ninguém... procuro ajudá-la quando posso. Sei que tem gente que não gosta do que eu faço, e outros que não podem ajudar mesmo... Mas sempre tem aqueles que tem algum sobrando e nos ajudam...

Perguntei pra ele onde morava... Apontando com o dedo ele falou:

- Tá vendo aquele morro ali atrás da rodoviária ? Aquele poste com a luz amarela..lá em cima ? Então senhor, fiz um barraco ali... Minha esposa era prostituta, tirei ela da rua porque fiquei com pena da vida que ela levava... ela ia acabar morrendo na mão dos “cafetão”... Não tenho vergonha de falar isso não, essas meninas que ficam por aí, muitas vezes não tem escolha, ou você acha que elas gostam do que fazem..? se não aparece alguém para ajudar elas não tem pra onde ir, geralmente se envolvem com droga e daí pra perder a vida por causa de dívidas é fácil...- nessa altura alguém trouxe um milho cozido pra ele. Wilson começou a comê-lo, após me oferecer um pedaço, como alguém que realmente estava com fome.

Arrisquei outra pergunta: E o que você consegue ganhar aqui, dá pra ir levando ?

- Então senhor... qual é seu nome mesmo ? (disse meu nome pra ele e perguntei qual era o dele). Então Junior, aqui somos em 18 pessoas, então tenho que fazer a correria, senão não dá mesmo... – e lá foi ele, correndo atrás de outro carro que estacionava.

Fiquei refletindo sobre aquela situação... Na rápida conversa que tivemos até ali, através das palavras e atitudes de Wilson, constatei que ele carregava dentro de si, princípios nitidamente cristãos como: humildade, amor e preocupação com o próximo, honestidade, vida em comunidade.. e assim que ele voltou, não resisti e perguntei:

- E seu relacionamento com Deus Wilson...como anda ?

Notei que naquele momento, o rapaz agitado, que falava rápido e corria de um lado para outro fez uma pausa. Posso até jurar que ele respirou fundo antes de começar a me responder com outra pergunta:

- Você é evangélico né..? Pensei em pedir á ele que definisse o termo evangélico, mas como aquilo não era uma aula de filosofia, respondi que sim. Ele continuou:

- Já freqüentei uma igreja evangélica... Hoje sei que estou devendo pra Deus. Mas sei também que apesar de tudo Ele está no controle. Assim que saí da igreja há alguns anos atrás comecei a fazer muita besteira... Assaltava mansões e praticava outro tipo de roubos, toda polícia naquela época andava atrás de mim.. fui preso e na cadeia pude entender um pouco mais o que Deus espera de mim e me arrependi muito de tudo que havia feito até ali..., No fórum, na audiência que decidiu minha saída da cadeia, o Juiz ao lado do promotor, disse que eu deveria ser solto pois Deus havia falado isso pra ele, mas sob a condição de eu fazer algo em troca pra Deus. Você já viu algum juiz dar uma sentença dessa em alguma audiência, e dizer isso na cara de um bandido ? Pois é..eu ouvi, e sei que Deus existe e controla tudo isso aqui. Como já disse, sei que devo ainda pra Ele. Talvez você queira saber se freqüento alguma igreja, sabe, acho que a Igreja está onde cada um que se diz cristão está, não quero falar mal de ninguém, mas quando estava na igreja via muita gente fazendo coisa errada lá dentro, então quem é melhor ? Hoje eu procuro fazer o que aprendi de Deus... E isso eu posso fazer na rua, na rodoviária, no morro, até no banheiro de casa... E lá foi o Wilson de novo... atrás dos “clientes” dele...

Lembro depois de ter falado alguma coisa pra ele sobre meu ponto de vista com relação à igreja, a importância de seu papel em nossa formação espiritual, da intenção que os apóstolos tiveram quando se reuniam em comunidade. Disse que seus filhos precisavam crescer em contato com os ensinamentos bíblicos e que a Igreja é o lugar mais apropriado para isso.

Mas principalmente, disse á ele que percebi claramente alguns princípios cristãos nítidos em sua vida. E que as igrejas precisam (talvez como jamais precisaram) de pessoas assim.

Dirigi-me á plataforma de desembarque, para aguardar minha irmã e minha sobrinha, porém, antes do ônibus chegar, lembrei que era véspera de natal. Não me contive e me rendi ao nosso costume ocidental. Procurei o Wilson e deixei com ele um trocado para que comprasse um presente para sua filha... Abraçamo-nos e, emocionados, choramos juntos ali antes de nos despedir.

O que aprendo com tudo isso ? Muitas coisas... entre elas: que eu escrevo e falo muito, mas faço pouco. A certeza de que podemos ter daquela paz descrita por Jesus nos evangelhos que independe de circunstâncias, situações, condições e posições... paz que vem só através dEle. E que nosso relacionamento com Deus é algo muito pessoal, e que escutamos sua voz, sentimos sua presença e recebemos seus ensinamentos em nossas vidas das mais diversas formas....

Quando voltei para o local onde havia estacionado o carro, ele estava do mesmo jeito que o deixei..., mas eu saí diferente de lá."

Obrigado Junior pela autorização e espero que todos que lerem possam ser desafiados como eu.

Saudações,

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Você não vale nada, mas eu gosto de você.

Poucas semanas atrás o término de uma novela pode ter significado também o fim do sucesso de uma música, uma daquelas que você nem sabe onde ouviu e passa o dia inteiro cantando, mesmo não concordando com nada que ela diz. Essa música tem o refrão que diz: “você não vale nada, mas eu gosto de você”.

Em alguns momentos me vi cantando isso pra minha esposa e ela cantando pra mim. Não posso afirmar por ela, mas essa não é uma verdade pra mim em relação a ela. Não acho de maneira nenhuma que ela não tenha valor, muito pelo contrário, reconheço o valor que ela tem e a importância dela na minha vida e por isso gosto dela.

Porém, esse refrão faria muito sentido se Deus cantasse ele para nós. Romano 5.8 diz assim: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” Nós não tínhamos e não temos mérito nenhum para ser amados por Deus, mas mesmo assim ele escolheu nos amar. As palavras de Jesus em João 15.16 deixam isso muito claro (Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros).

Isso tudo é muito gratificante, porque é muito simples gostarmos de quem entendemos que tem valor. Difícil, mas difícil mesmo, é amar quem sabemos que não vale nada. Nos dedicarmos, ou até mesmo mandar matar quem amamos e sabemos que tem valor, para beneficiar alguém que não vale nada. Mas foi isso que Deus fez por nós ao mandar Cristo para morrer na cruz. A morte do valoroso, deu vida a nós que não valemos nada.

Agora, quando for cantar essa música, faça uma pequena adaptação, cante: “você não vale nada, mas Deus gosta de você”.

Saudações,

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Vim para adorar-te

Gosto muito quando cantamos essa música: “vim para adorar-te, vim para prostrar-me...” Mas outro dia estava refletindo sobre ela e fiquei com uma questão. Vim aonde?

Acredito que a maioria dos cristãos quando cantam essa música tem consciência de quem estão adorando quando cantam. Nossa vida deve ser uma vida de adoração a Deus, nossas atitudes devem refletir isso e nosso proceder deve cantar por nós. Mas e o “vim”?

Hoje de manhã, tomando café com os homens da igreja (como costumamos fazer as sextas) o Pr. Ronald Rogers contou uma história sobre ele. Disse que chegou ao Brasil muito empolgado por fazer um trabalho missionário, mas em poucos meses estava desanimado com as pessoas, com a cultura, com as dificuldades, etc. Nesse momento foi desafiado por Deus lendo 1Reis 19.9 (Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do Senhor e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?) e pensou: “O que estou fazendo aqui?” E concluiu que estava aqui no Brasil para adorar a Deus.

Você não está aqui, onde quer que seja o seu aqui, por acaso. Você foi criado à imagem de Deus para refletir a imagem que foi modelo da sua criação. O seu aqui não pode ser um templo, um local de culto, um grupo jovem ou algo do tipo. Quando cantar “vim para adorar-te”, não pense no espaço físico em que você está, pense no contexto em que você tem vivido. No seu trabalho você será muito mais relevante se tiver consciência que está lá para adorar a Deus, no seu estudo, na sua família...

Queria poder (e quem sabe você também possa) cantar “vim para adorar-te” antes de entrar em qualquer lugar. Chego ao estádio de futebol e canto: Deus “vim para adorar-te”, entro no banco e penso: Deus “vim para adorar-te” e assim em todo lugar.

Adorar a Deus é viver segundo os padrões de Deus, não limite-se a adorá-lo somente cantando, é muito pouco.

Espero que termine essa leitura pensando: “estou aqui nesse lugar, agora, para adorar a Deus”.

Saudações,

Nasce um blog

Já tem algum tempo que quero criar um blog, mas acho que não tinha criado antes porque não tinha nada de muito útil para postar. Espero que agora seja diferente.

Salve esse blog nos seus favoritos, indique para os seus amigos e inimigos e passe por aqui semanalmente, porque também dificilmente ele será atualizado mais do que uma vez na semana, rsrsrs.

Espero que aqui você possa encontrar uma boa leitura, alívio, motivação, desafio e, principalmente, Cristo.

Saudações,